segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
MEMÓRIAS («MUDAM-SE OS TEMPOS, MUDAM-SE AS VONTADES?»)
(Para ver esta página do Almanaque Bertrand, de 1908, em tamanho original... basta fazer um clic sobre a imagem)
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Deliciem-se...
terça-feira, 20 de outubro de 2009
NO CALOR DA MÚSICA
A música... algo tão complexo e ao mesmo tempo tão simples e genuíno como esta escrita, corrida mas sentida, apaixonante, deslumbrante. A música é o que me faz vibrar, o que me faz sonhar, que à minha vida dá cor e à minha alma calor; a música é um sentimento inexplicável; a música é corajosa, a música consola; a música ama, a música deixa-se amar. Na música eu sinto, pela música faço sentir... a música não tem regras, não é mera conjugação de notas, sons ou acordes, mas sim conjugação de desejos que fazem os outros desejar. A música é a linguagem dos espíritos, é a língua que falo e é aquela que me faz respirar. A vida é uma melodia escrita no diário de Deus. Viver é dançar ao som dessa música de várias maneiras. A música compôe cada ínfima parte do meu corpo. Fazer música é ser livre, quebrar cada barreira, cada obstáculo... a música traz paz a todos os que a procuram, traz satisfação; é o sol, a lua, a chuva e o vento, juntos num só compasso, num só tempo, numa multiplicidade veloz. A música é camaleónica, cada um tem uma diferente percepção dela. A música é uma manifestação não só do que está nas nossas mentes, mas do que está no coração.
A música é a perfeita harmonia entre silêncios.
A música é o rir cúmplice entre dois amigos(*), onde os únicos executantes são quem toca e quem ama...
A música é o ritmar constante do meu coração...
( Para Ti N.S *-*...)
*D.B.A*
A música é o ritmar constante do meu coração...
( Para Ti N.S *-*...)
*D.B.A*
(Aluna da ESJCP, numa turma do 12º Ano)
domingo, 20 de setembro de 2009
NÓS SOMOS A NOSSA MEMÓRIA...
De Profundis, Valsa Lenta de José Cardoso Pires
Podemos inserir o De Profundis, Valsa Lenta de José Cardoso Pires no âmbito da literatura autobiográfica. Esta obra, todavia, não se apresenta como um diário ou como um rol de memórias. É antes uma busca da memória que o sujeito da enunciação perdera devido a um coágulo de sangue no cérebro, ou se, quisermos, uma crise vascular cerebral. O autor, numa nota final, chama ao relato Memória duma Desmemória. É, diz ele, «uma comunicação de circunstância. Um apontamento pessoal.» Insere-se na literatura autobiográfica porque o autor conta algo que se passou com ele próprio. É uma experiência de foro pessoal onde as personagens que contracenam realmente existiram num espaço e num tempo reais.
O autor faz a apologia da memória: «Sem memória esvai-se o presente que simultaneamente já é passado morto.» A memória «é indispensável para que o tempo não só possa ser medido como sentido.»; «Se o sonho é já por si uma memória, sem memória poderá o indivíduo sonhar?»
A focalização do narrador varia. Ora fala um eu que conta a sua própria experiência, ora fala um eu que conta a experiência de um outro. O eu é o outro, aquele que perdera o rumo dos seres e das coisas («Ele, o Outro. O Outro de mim.»).
Numa manhã de Janeiro, enquanto fumava um cigarro à mesa do pequeno-almoço, o eu tinha-se esquecido de quem era. A esposa, sobressaltada, chamou a ambulância enquanto ele, na casa-de-banho, diante do espelho, desfazia a barba a um desconhecido. O enunciador constatou o vazio da memória, «a morte branca», como sucedera aliás à visão de uma das personagens do Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago logo no início do romance.
João Lobo Antunes, neurocirurgão, explica na introdução à obra o mecanismo clínico que terá levado à crise e à sua consequente superação. Regra geral, os doentes que sofrem uma crise do género ficam com mazelas para o resto da vida, desde disfunções nos órgãos externos (face, mãos e pés) até à perda da visão, da fala e da memória. José Cardoso Pires conseguiu recuperar. E isto porque a área que temporariamente «deixou à sede e à fome, e pela qual falava, lia e escrevia, tudo funções em que é exímio, era mais musculada que a do comum dos mortais.»
Podemos inserir o De Profundis, Valsa Lenta de José Cardoso Pires no âmbito da literatura autobiográfica. Esta obra, todavia, não se apresenta como um diário ou como um rol de memórias. É antes uma busca da memória que o sujeito da enunciação perdera devido a um coágulo de sangue no cérebro, ou se, quisermos, uma crise vascular cerebral. O autor, numa nota final, chama ao relato Memória duma Desmemória. É, diz ele, «uma comunicação de circunstância. Um apontamento pessoal.» Insere-se na literatura autobiográfica porque o autor conta algo que se passou com ele próprio. É uma experiência de foro pessoal onde as personagens que contracenam realmente existiram num espaço e num tempo reais.
O autor faz a apologia da memória: «Sem memória esvai-se o presente que simultaneamente já é passado morto.» A memória «é indispensável para que o tempo não só possa ser medido como sentido.»; «Se o sonho é já por si uma memória, sem memória poderá o indivíduo sonhar?»
A focalização do narrador varia. Ora fala um eu que conta a sua própria experiência, ora fala um eu que conta a experiência de um outro. O eu é o outro, aquele que perdera o rumo dos seres e das coisas («Ele, o Outro. O Outro de mim.»).
Numa manhã de Janeiro, enquanto fumava um cigarro à mesa do pequeno-almoço, o eu tinha-se esquecido de quem era. A esposa, sobressaltada, chamou a ambulância enquanto ele, na casa-de-banho, diante do espelho, desfazia a barba a um desconhecido. O enunciador constatou o vazio da memória, «a morte branca», como sucedera aliás à visão de uma das personagens do Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago logo no início do romance.
João Lobo Antunes, neurocirurgão, explica na introdução à obra o mecanismo clínico que terá levado à crise e à sua consequente superação. Regra geral, os doentes que sofrem uma crise do género ficam com mazelas para o resto da vida, desde disfunções nos órgãos externos (face, mãos e pés) até à perda da visão, da fala e da memória. José Cardoso Pires conseguiu recuperar. E isto porque a área que temporariamente «deixou à sede e à fome, e pela qual falava, lia e escrevia, tudo funções em que é exímio, era mais musculada que a do comum dos mortais.»
Uma obra a ler e a reler...
CC
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
ESCREVER...«ON» no «OFE»
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